"A
educação ocidental é um pecado".
Boko Haran a grande questão!
Prof. Luiz Mattos
África um enorme continente com enormes problemas!
Inicio a minha fala, observando como a zona de fronteira da Nigéria se
transformou em um dos mais brutais conflitos do mundo, ali os jovens
muçulmanos ensinam aos seguidores a rejeitarem o estado, pois consideram uma
heresia a ciência e a literatura moderna. Os principais conflitos se encontram
no nordeste que é de maioria muçulmana, sendo que o sul do país é de maioria
cristã. O povo passa por um verdadeiro massacre que na verdade tem
o objetivo de criar um califado, nos moldes do Estado islâmico ( que opera no
Iraque e na Síria). O causador destes conflitos se chama Boko Haran, que
quer dizer : A educação ocidental é um pecado.
Considero importante destacar as condições que permitiram a formação do
Boko Haran, dentre elas estão a corrupção, a pobreza, o atraso no
desenvolvimento e a disparidade entre norte e sul.
A Nigéria possui uma grande população e também uma grande reserva
de petróleo na África, por isso existe um interesse internacional muito forte
no contexto africano, em contra partida no mesmo momento em que muitas
empresas vão até a Nigéria por causa do seu petróleo, pode se observar um
grande aumento da violência por brigas de questões ideológicas, religiosas e
políticas.
O norte do país que é ocupado por pessoas de origem islâmica,
pretendem implantar suas leis em todo o país, ou seja, acharia é que vai dar
norte as políticas e a vida cotidiana do povo; ainda que parte do sul do país
são de fé cristã.
É
importante ressaltar que os atentados são uma manobra forçada para colocar ou
apresentar a sua visão para todo o país.
O que nos chama mais a atenção é o fato de que o grupo Boko Haran são
totalmente contra os princípios ocidentais ou quaisquer outros que não da sua
vertente sunita do islã, lembrando que o termo "ocidentais" , nesse
sentido são ligados a valores como o cristianismo,estado
laico,democracia,liberalismo,sociedade consumista e igualdade de gênero.
Eles investem principalmente contra as mulheres, pois na visão deles o
estudo, a instrução e a liberdade que se dá as mulheres tornasse um empecilho
pois vislumbram uma sociedade onde as mulheres seriam como servas, ou seja,
mulheres presas dentro de casa. Muitas vezes para punir a mulher eles às
roubam, sequestram e as estupram para dar uma lição, até que se convertam
ao islamismo. É importante observar que o Boko Haran não contam com o
apoio da maior parte da população das regiões onde atua. sua base principal vem
de outros grupos radicais, dentro e fora da África, e o seu método de
convencimento consiste no terror puro e simples.
É
preciso considerar que a estrutura política, econômica e social nigeriana
como foi dito anteriormente, acaba favorecendo insurgências como a do Boko Haran. Economicamente falando, o país apesar de contar com um produto interno
expressivo e ser grande produtor de petróleo como já dito, alem de possuir uma
economia diversificada para os padrões africanos, sofre com um quadro
generalizado de corrupção, desigualdade social e disparidades regionais
expressivas. O fator étnico, e o religioso, corroboram na composição da
complexidade do quadro local.
Outro aspecto importante a ser levado em consideração está relacionado as
influências externas. Influências como a ação de movimentos jihadistas no norte
da África e em partes mais distantes do mundo islâmico acabou por influenciar
que radicais entrassem em atuação nas regiões de maioria muçulmanas da Nigéria.
Assim, o crescimento do extremismo religioso de orientação muçulmana, sobretudo
no oriente médio, certamente influenciou no surgimento e atuação de diversos
grupos que, a partir do norte da África, rapidamente alcançaram a África
subsaariana.
Todos
estes eventos são muito graves e deveriam constranger o ocidente.
É salutar combater este grupo que muito tem crescido e se fortificado,
porém, torna se de extrema relevância apartar o foco no terrorismo
e atentarem para as questões culturais e sociais, considerando que acharia se
aproveita de toda forma de pobreza para divulgar suas idéias, se fortalecendo
através da aliança do estado islâmico oferecendo armas aos extremos radicais.
Onde tem miséria o radicalismo se estabelece como forma de proposta de solução
para as coisas; o que é lamentável. Outro fato muito triste dos
conflitos, é o fato de que o mundo ocidental não dá visibilidade para os
conflitos, ou seja, parece que as mortes provocadas por Boko Haran não são
significativas. Quando ocorre fatos na Europa por exemplo o mundo se comove e
se constrange.
Em linhas gerais nas questões politicas e econômicas, a Nigéria e toda a
África carecem de uma infraestrutura para melhor explorar suas riquezas pois
sempre foram exploradas por grandes multinacionais que acaba levando todos os
recursos para as grandes potências. Uma boa iniciativa seria defender seus
próprios interesses como fez a república democrática do Congo e a Zâmbia, na
década de 1960. Se organizaram em uma espécie de conselho para poder exportar
cobre, desta forma passaram a defender os interesses internos do país. Com
estas medidas encontraram uma forma de se proteger das investidas das
multinacionais. A OPEP organização dos países exportadores de petróleo como
Angola, Nigéria, Argélia, e líbia a meu ver a partir de então estabelecem
regras para que os lucros da exploração do país fiquem nele mesmo.
É importante ressaltar que a Nigéria tem estrutura e recursos suficientes
para que o estado consiga se impor sobre grupos radicais como Boko Haran,
ainda mais agora depois dos últimos ataques que alcançaram grande visibilidade
em âmbito mundial, torna se momento oportuno para acabar com os
insurgentes. Não será uma missão fácil, mas o governo precisa lidar de forma
contundente e eficaz contra o Boko Haran e seus apoiadores, fazendo uso de
medidas políticas e apoio externo. Creio que só assim tornar se a possível a
estabilidade.
Luiz
Mattos: Fonte - Coleção História Geral Da África / Unesco.
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