terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

              "A educação ocidental é um pecado".
                   Boko Haran a grande questão! 
                                                                                                                                Prof. Luiz Mattos

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África um enorme continente com enormes problemas!  
  Inicio a minha fala, observando como  a zona de fronteira da Nigéria se transformou em um dos mais brutais conflitos do mundo, ali os jovens muçulmanos ensinam aos seguidores a rejeitarem o estado, pois consideram uma heresia a ciência e a literatura moderna. Os principais conflitos se encontram no nordeste que é de maioria muçulmana, sendo que o sul do país é de maioria cristã.   O povo passa por um verdadeiro massacre que na verdade tem o objetivo de criar um califado, nos moldes do Estado islâmico ( que opera no Iraque e na  Síria). O causador destes conflitos se chama Boko Haran, que quer dizer :  A educação ocidental é um pecado.
    Considero importante destacar as condições que permitiram a formação do Boko Haran, dentre elas estão a corrupção,  a pobreza, o atraso no desenvolvimento e a disparidade entre norte e sul.
    A Nigéria possui uma grande população e também  uma grande reserva de petróleo na África, por isso existe um interesse internacional muito forte no contexto africano,  em contra partida no mesmo momento em que muitas empresas vão até a Nigéria por causa do seu petróleo,  pode se observar um grande aumento da violência por brigas de questões ideológicas, religiosas e políticas. 
   O norte do país que é ocupado por pessoas de origem islâmica,  pretendem implantar suas leis em todo o país, ou seja, acharia é que vai dar norte as políticas e a vida cotidiana do povo; ainda que parte do sul do país são de fé cristã. 
É importante ressaltar que os atentados são uma manobra forçada para colocar ou apresentar a sua visão para todo o país. 
    O que nos chama mais a atenção é o fato de que o grupo Boko Haran são totalmente contra os princípios ocidentais ou quaisquer outros que não da sua vertente sunita do islã, lembrando que o termo "ocidentais" , nesse sentido são ligados a valores como o cristianismo,estado laico,democracia,liberalismo,sociedade consumista e igualdade de gênero. Eles  investem principalmente contra as mulheres, pois na visão deles o estudo, a instrução e a liberdade que se dá as mulheres tornasse um empecilho pois vislumbram uma sociedade onde as mulheres seriam como servas, ou seja, mulheres presas dentro de casa. Muitas vezes para punir a mulher eles às roubam, sequestram e as estupram para dar uma lição,  até que se convertam ao islamismo.  É importante observar que o Boko Haran não contam com o apoio da maior parte da população das regiões onde atua. sua base principal vem de outros grupos radicais, dentro e fora da África,  e o seu método de convencimento consiste no terror puro e simples.
É preciso considerar que a estrutura política,  econômica e social nigeriana como foi dito anteriormente, acaba favorecendo insurgências como a do Boko Haran. Economicamente falando, o país apesar de contar com um produto interno expressivo e ser grande produtor de petróleo como já dito, alem de possuir uma economia diversificada para os padrões africanos,  sofre com um quadro generalizado de corrupção, desigualdade social e disparidades regionais expressivas. O fator étnico, e o religioso, corroboram na composição da complexidade do quadro local.
   Outro aspecto importante a ser levado em consideração está relacionado as influências externas. Influências como a ação de movimentos jihadistas no norte da África e em partes mais distantes do mundo islâmico acabou por influenciar que radicais entrassem em atuação nas regiões de maioria muçulmanas da Nigéria. Assim, o crescimento do extremismo religioso de orientação muçulmana, sobretudo no oriente médio, certamente influenciou no surgimento e atuação de diversos grupos que, a partir do norte da África, rapidamente alcançaram a África subsaariana. 
 Todos estes eventos são muito graves e deveriam constranger o ocidente. 
   É salutar combater este grupo que muito tem crescido e se fortificado, porém,   torna se de extrema relevância apartar o foco no terrorismo e atentarem para as questões culturais e sociais, considerando que acharia se aproveita de toda forma de pobreza para divulgar suas idéias, se fortalecendo através da aliança do estado islâmico oferecendo armas aos extremos radicais. Onde tem miséria o radicalismo se estabelece como forma de proposta de solução para as coisas; o que é lamentável.  Outro fato muito triste dos conflitos, é o fato de que o mundo ocidental não dá visibilidade para os conflitos, ou seja, parece que as mortes provocadas por Boko Haran não são significativas. Quando ocorre fatos na Europa por exemplo o mundo se comove e se constrange.
   Em linhas gerais nas questões politicas e econômicas, a Nigéria e toda a África carecem de uma infraestrutura para melhor explorar suas riquezas pois sempre foram exploradas por grandes multinacionais que acaba levando todos os recursos para as grandes potências. Uma boa iniciativa seria defender seus próprios interesses como fez a república democrática do Congo e a Zâmbia, na década de 1960. Se organizaram em uma espécie de conselho para poder exportar cobre, desta forma passaram a defender os interesses internos do país. Com estas medidas encontraram uma forma de se proteger das investidas das multinacionais. A OPEP organização dos países exportadores de petróleo como Angola, Nigéria,  Argélia, e líbia a meu ver a partir de então estabelecem regras para que os lucros da exploração do país fiquem nele mesmo.
   É importante ressaltar que a Nigéria tem estrutura e recursos suficientes para que o estado consiga se impor sobre grupos radicais como Boko Haran,  ainda mais agora depois dos últimos ataques que alcançaram grande visibilidade em âmbito mundial, torna se  momento oportuno para acabar com os insurgentes. Não será uma missão fácil, mas o governo precisa lidar de forma contundente e eficaz contra o Boko Haran e seus apoiadores, fazendo uso de medidas políticas e apoio externo. Creio que só assim tornar se a possível a estabilidade.


Luiz Mattos: Fonte - Coleção História Geral Da África / Unesco.

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